Com as mudanças constantes no mundo do trabalho, passamos a nos perguntar com frequência sobre o futuro do RH.
O que não podemos questionar é a necessidade dessa área se reinventar, assumindo um papel mais estratégico, humano e conectado às reais necessidades das pessoas e dos negócios.
Nesse contexto, as Power Skills surgem como uma das principais respostas para os desafios da gestão de talentos, da liderança humanizada e do bem-estar organizacional.
Diferente das hard skills (habilidades técnicas) e das soft skills (habilidades comportamentais), que são aprendidas de modo a criar ou aprimorar características, as power skills partem de dentro para fora: elas são as competências existenciais que formam o “DNA” da pessoa no trabalho e na vida.
Elas representam os dons naturais, os talentos genuínos e os motivadores internos que guiam nossas escolhas, relações e resultados.
Neste artigo, vamos entender por que essas forças estão no centro das transformações do RH: impactando o autoconhecimento, a liderança, o engajamento e a produtividade nas empresas.
O que são Power Skills e qual seu diferencial?
Na visão da Holi Connection, Power Skills são as competências existenciais que unem saber, fazer e, principalmente, o querer fazer. Elas se manifestam por meio de comportamentos espontâneos, alinhados à essência, e estão diretamente ligadas ao propósito e identidade de cada pessoa.
Exemplos de Power Skills incluem: visão integral, autoconfiança, empatia, intuição, entre outras. Em vez de serem aprendidas, essas características são descobertas e ativadas. Ou seja, cada um de nós já nasce com as suas próprias.
O diferencial das Power Skills é que, ao invés de olhar para o que falta nos indivíduos (GAP), elas partem daquilo que já existe de mais potente em cada um. Isso muda completamente a forma como lideranças são desenvolvidas e talentos são valorizados.
Segundo pesquisa do Ministério do Trabalho (MTE), apesar da diminuição da informalidade em 2024, os jovens de 14 a 24 anos estão se demitindo dos empregos formais por três principais motivos: ter outro trabalho em vista (30% e 36%), baixo valor do salário (29% e 36%) e falta de reconhecimento (24% e 31%).
Além disso, um levantamento da FGV IBRE mostra que jovens entre 18 e 24 anos foram os que mais se desligaram de forma voluntária em 2025, número que representa cerca de 30% das demissões totais nos últimos anos.
Em um contexto de crescente dificuldade de retenção das novas gerações nas organizações, o investimento na descoberta das Power Skills passa a ser um dos elementos centrais do futuro do RH.
Afinal, os novos talentos são a força de trabalho do amanhã, e é preciso atender suas necessidades para mantê-los atuando com satisfação e bem-estar.
Autoconhecimento como suporte para o desenvolvimento
Já que as Power Skills são o futuro do RH, como podemos trabalhá-las nas empresas?
O primeiro passo para desenvolver as Power Skills é se conhecer. O autoconhecimento permite que profissionais compreendam seus pontos fortes existenciais, suas motivações autênticas e como podem canalizar esses fatores para seu crescimento.
Esse processo cria um outro tipo de protagonismo: o indivíduo se torna autor da própria jornada, sentindo-se mais confiante para se posicionar, tomar decisões e evoluir.
Para o RH, isso significa acessar dados subjetivos com valor estratégico, entendendo o que move cada colaborador, como ele se conecta com os desafios organizacionais e o que pode impulsionar seu desempenho com mais propósito.
Como lideranças positivas fortalecem o engajamento?
Tradicionalmente, programas de liderança se concentram no GAP, ou seja, naquilo que precisa ser melhorado. Mas o foco exclusivo em lacunas pode levar a um ciclo de baixa autoestima, cobrança excessiva e pouca inovação.
Uma abordagem alinhada às Power Skills, propõe o oposto: identificar e valorizar os potenciais já existentes nos líderes e nos demais colaboradores. Isso favorece uma gestão confiante, criativa e conectada com as pessoas, além de um ambiente de trabalho mais seguro e colaborativo.
Quando o líder reconhece suas Power Skills e também ajuda sua equipe a identificá-las, cria-se uma jornada virtuosa de valorização, pertencimento e engajamento.
Construindo conexões interpessoais mais significativas
O desenvolvimento das Power Skills também fortalece as conexões interpessoais. Isso porque essas competências ampliam a capacidade de empatia, escuta, colaboração e compreensão de diferentes realidades.
Ambientes com alta inteligência emocional e sensibilidade são mais propensos a promover relações saudáveis e construtivas. Como resultado, surgem equipes coesas, diversas e inclusivas, abertas às trocas e às soluções criativas.
Saber valorizar características diversas abre um leque de possibilidades para que múltiplos perfis convivam e trabalhem juntos, propondo ideias inovadoras com base em suas visões de mundo.
Em um universo corporativo que exige adaptação contínua, é essa qualidade e intensidade de conexão que sustenta a produtividade com bem-estar social.
O futuro do RH tem foco nas forças humanas
Diante do crescimento avançado da inteligência artificial, cabe nos perguntarmos: qual será o papel da capacidade humana no futuro do trabalho?
Ainda que o crescimento das novas tecnologias seja acelerado, afetando de modo ousado os diferentes tipos de ocupações, defendemos que as forças naturais seguem sendo essenciais em todas as áreas.
É pensando nisso que a Holi Connection atua no cruzamento entre tecnologia e sabedoria humana. Sua inteligência conversacional permite mapear as Power Skills dos profissionais com base em suas histórias, respostas e perfis de comportamento.
Esses dados geram insights valiosos para o RH, que pode utilizar essas informações para desenvolver lideranças, estruturar PDIs, direcionar feedbacks e fortalecer a cultura organizacional baseada na autenticidade.
O futuro do RH depende de ferramentas que respeitam a singularidade das pessoas e, ao mesmo tempo, entregam resultados mensuráveis. As Power Skills são a ponte entre esses dois mundos.
As Power Skills são o futuro do RH
Já podemos dizer que as Power Skills estão se consolidando como uma das soluções possíveis para a gestão de pessoas. Elas não substituem as habilidades técnicas ou comportamentais, mas apontam para uma camada que também deve ser valorizada – a existencial.
Olhar para o que é único em cada profissional, reconhecer talentos natos e desenvolver lideranças baseadas na potência – não no déficit – é o que tornará as empresas mais humanas, produtivas e sustentáveis. Além disso, é o que contribui ativamente para funcionários engajados e saudáveis.
Se o seu RH quer liderar essa transição, precisa começar por aquilo que há de mais essencial: o ser humano em sua totalidade.
Fique por dentro do nosso blog para mais conteúdos sobre bem-estar, Power Skills e o futuro da gestão de pessoas. Até breve!
Além de CEO, Hegel tem como missão buscar novas formas de conectar pessoas e empresas aos seus propósitos. Gosta de leitura, vinho, natureza e estar com a família.
